Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação

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MODALIDADE DA APRESENTAÇÃO: APRESENTAÇÃO ORAL. ANÁLISE SEMIÓTICA DA INFORMAÇÃO MUSICAL E AS IMPLICAÇÕES PARA A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Camila Monteiro de Barros, Lígia Maria Arruda Café, Audrey Laplante

Última alteração: 2016-11-21

Resumo


A Semiótica de Peirce nos permite observar que os níveis perceptivos imediatos dos efeitos das mensagens fundamentam os níveis lógicos, revelados. Na Semiótica de Peirce os três níveis de ocorrência do significado - chamado de interpretante – são: emocional, energético (experiências particulares) e lógico (convenção). No caso da música, utilizada com fins de recreação e do ponto de vista do ouvinte, os níveis emocionais e as experiências particulares desempenham um papel mais evidente revelando conceitos com significados de naturezas distintas daqueles de nível genuinamente lógico. O objetivo dessa pesquisa foi mapear o processo de significação da música com base na teoria Semiótica de Peirce de forma a desvelar, principalmente, a construção do conceito emocional e dos conceitos que designam os significados de nível energético. Para tanto, entrevistamos 17 jovens adultos que foram convidados a relatar uma experiência intensa vivida com a música. Dos relatos, extraímos, de forma indutiva, os níveis de interpretante formados e os tipos de objetos representados. Os resultados apontam, pelo menos, seis implicações para a organização do conhecimento (OC): 1) o significado emocional é central para representação do domínio da música; 2) adotar conceitos emocionais na OC da música implica operar com as ambiguidades necessárias para a comunicação desse tipo de significado; 3) o uso da informação musical converte-se em significados, cujos conceitos que os designam são representativos de seu domínio; 4) os objetos que a música representa apresentam diferentes níveis de precisão na sua ocorrência, assim, 5) em alguns casos a biografia das bandas/artistas podem ser fontes para o mapeamento conceitual da música e, 6) em outros casos, os objetos não podem ser definidos a priori, nesse sentido, o relato da experiência dos próprios usuários pode ser fonte relevante para OC.


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