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Como campo interdisciplinar, a Ciência da Informação resgata conceitos e compreensões advindas de outras áreas do conhecimento, dentre elas a Semiótica. Sua relação com essa ciência reside no fato de que ambos os campos lidam com o comportamento dos signos linguísticos, sua interpretação e seu poder de significar. Essa relação fica evidenciada quando a Semiótica de Charles Sanders Peirce é aplicada ao processo de indexação, em que, em um processo inferencial, cada etapa é permeada de interpretações, desde a análise do assunto à representação do conteúdo documental. Esta investigação tem como objetivo geral perquirir, com base nos trabalhos de Mai (1997, 2001), Almeida (2010) e Almeida, Fujita e Reis (2013), como a Semiótica peirceana, mais precisamente a Gramática Especulativa e a Lógica Crítica, pode explicar o processo de elaboração, em linguagem natural, de cabeçalhos de ementas de acórdãos, de modo a verificar o papel desses ramos da Semiótica na organização e representação da informação e, consequentemente, no acesso ao documento acórdão. Conceitos peirceanos como o de objeto do signo, interpretante, experiência lateral, semiose e os tipos de inferências (abdução, dedução e indução) explicam por que o produto do processo de elaboração dos cabeçalhos em ementas não apresenta consistência, visto que desse processo são produzidos muitos interpretantes, tantos quantas forem as mentes observadoras (indexadores). A pesquisa será realizada com assessores de desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e caracteriza-se, em relação aos seus objetivos, como exploratória. As formas de coleta, análise e interpretação de dados terão abordagem qualitativa, e a postura teórica adotada será a fenomenológica.