Última alteração: 2016-11-21
Resumo
Um estado de sobrecarga de informação se caracteriza, de modo geral, pela percepção, por parte de um sujeito dedicado a operar com certo volume de dados, de que não dispõe das capacidades ou dos recursos necessários para levar a sua tarefa a cabo. Considerada pela ótica da sua negatividade, a sobrecarga de informação, é, portanto, uma situação de limitação frustrante, no limite, de paralisia. Este trabalho procura investigar, por outro lado, a produtividade da sobrecarga, o fato de que incentiva os produtores de conhecimento a desenvolver técnicas e sistemas para lidar com ela. Para desenvolver essa tese, percorremos a história da Ciência da Informação e apontamos em seus pontos de mudança a presença de uma crença dos indivíduos relacionados à produção de saber de que havia informação em excesso a qual os métodos usuais não mais podiam tratar. O material de análise são textos de autores que discorrem sobre a evolução da área, definindo períodos com características únicas e recuperando o que pensavam os nomes que determinaram transformações no campo. Essa releitura histórica permitiu não só concluir que a sobrecarga também se põe como espaço de criação como propor uma percepção mais abrangente desse fenômeno, que não se restrinja a considerá-lo como produto da atualidade.