Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação

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A DIVULGAÇÃO DAS CIÊNCIAS AGRÍCOLAS NO PROJETO DO MUSEU INDUSTRIAL DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO (1870-1880)
Marcos Gonzalez, Luisa Maria Gomes de Mattos Rocha

Última alteração: 2016-11-21

Resumo


Problematiza-se o conceito de “vulgarização científica” no Brasil do século XIX, em contraposição ao de “divulgação científica” do século XX, observando-se, no processo de variação de um para outro, o que se concebia por “museu industrial”, “exposição” e “visitante”. Enfocamos particularmente a vulgarização das ciências agrícolas, conjunto de disciplinas que investigava a natureza sob a perspectiva dos benefícios que se poderiam, com a devida tecnologia, obter dela. Havia razões para o anseio emergir na segunda metade do século: os cafezais e os canaviais demonstravam sinais de esgotamento, resultado de uma agricultura “vampira”. Urgia, como bradará um articulista de 1876, a criação do “saber agrícola, por todos os meios, pelo jornal, pelo livro, pelas associações, pelas escolas e pelas academias”. O projeto do Museu Industrial, previsto para elevar o entorno do Jardim Botânico à condição de “instituto agrícola”, nos permite corroborar outros historiadores que se debruçaram sobre o período 1870-1880 no Brasil e lançar novas luzes sobre velhas mentalidades elitistas, tais como estabelecer limites sociais entre “instruídos” e “não instruídos” quando da previsão do público alvo a ser alcançado pela vulgarização.

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