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O cordel brasileiro é um documento representativo e simbólico de nossa identidade e memória cultural. A sua função pedagógica e social é percebida ao longo do tempo, quando o poeta inclui o povo ao mundo letrado, conectando-o com a informação. Desde 2006, trabalhando com acervos de cordel na perspectiva da Ciência da Informação, percebeu-se equívocos e lacunas quanto aos elementos que o descreve do ponto de vista catalográfico. O nosso problema de pesquisa reside na inclusão do cordel como uma nova tipologia documental no Anglo-American Cataloguing Rules. Baseando-se em extrato da nossa tese, que se encontra em andamento, esse artigo objetiva indicar as particularidades envolvendo a representação física do cordel brasileiro, contemplando suas peculiaridades que o consagra como produto cultural brasileiro e único. A abordagem usada foi a quanti-qualitativa. Utilizou-se de cordéis no início do século XX, pertencentes ao acervo da Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida, e do século XXI, comprados em livraria. Esta pesquisa, bibliográfica e documental, contou, ainda, com entrevistas realizadas com pesquisadores da Biblioteca e com cordelistas. Usou-se da análise documentária, detectando em cada cordel os aspectos que permitem categorizá-lo como único. Com base nas áreas 8 áreas estruturais sinalizadas no Anglo-American Cataloguing Rules, explicitou-se os variados elementos descritivos que envolvem as regularidades e discrepâncias no cordel. Destaca-se as questões de ordem autoral e de propriedade, o acróstico, as ilustrações, o resumo obrigatório no campo "nota" etc. Desse modo, defende-se a sua inclusão nos manuais técnicos, esclarecendo ao catalogador perspectivas de análise documental inerentes ao cordel brasileiro, o que justifica sua caracterização tipológica.