Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação

Tamanho da fonte: 
HISTÓRIAS E TRAJETÓRIAS: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA ELITE CONSAGRADA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Bruna Silva do Nascimento, Leilah Santiago Bufrem

Última alteração: 2016-11-21

Resumo


O trabalho parte da seguinte pergunta: como se constituíram, em relação à produção acadêmica, as trajetórias científicas dos bolsistas de produtividade de pesquisa (PQ’s) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do campo acadêmico da Educação no Brasil? Elabora o referencial teórico com suporte na Sociologia Reflexiva de Pierre Bourdieu. Aplica técnica cientométrica para analisar a produção bibliográfica dos 382 agentes investidos com as bolsas de produtividade. Classifica essa produção de acordo com os capitais mobilizados (científico puro e temporal). Inventaria 44.226 itens (artigos, livros, capítulos de livros e trabalhos completos publicados em eventos) divulgados de acordo com o recorte temporal estabelecido, nessa primeira etapa (1990-2015). Constata maior incidência de publicação no formato de trabalho completo apresentado em congressos (43,56%), embora essa tendência apresente declínio, a partir de 2010, propiciado pela proposta de atribuição de Qualis aos Eventos. Salienta que a diferença entre capítulos de livro e/ou livro e artigos ainda é expressivamente representativa (17,08%) no período analisado. Identifica que dos 16.257 artigos publicados, entre 1990 e 2015, 60,58% deles são divulgados em periódicos com a melhor classificação no Qualis (A1, A2 e B1). Desse total, 61,28% foram publicados nos dois últimos quinquênios (2005-2009 e 2010-2015). Aponta que 64,14% dos bolsistas são do gênero feminino. Constata que, ao analisar o perfil da elite em Educação, a presença do gênero masculino com elevado capital científico, nos maiores estratos, pode ser reflexo das facilidades concedidas aos homens para ocupar espaços de poder e prestígio na ciência. Conclui que os bolsistas são detentores de um mesmo habitus e ratificadores de uma mesma doxa, embora, não raro, vítimas algozes de suas práxis.


Texto completo: PDF