Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação

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RELAÇÕES ENTRE MUSEUS E VISITANTES: TRANSFORMAÇÃO OU PERMANÊNCIA -A PARTIR DO USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO?
Teresa Cristina Moletta Scheiner, MARCELA MARIA FREIRE SANCHES

Última alteração: 2016-11-21

Resumo


As inovações tecnológicas vêm alterando o cotidiano em praticamente todas as áreas, criando novos modelos de assimilar conhecimento e transmitir informações. No ambiente de alguns museus, recursos tecnológicos iniciaram sua atuação como auxílio a trabalhos arquivísticos, acumulando dados e facilitando a gestão das coleções, tornando-se depois parte dos sistemas internos de segurança, do controle do público, das condições ambientais, das reservas técnicas, da divulgação de informações institucionais em sites oficiais. Essa crescente dependência tecnológica, já incorporada às tarefas internas, começa a penetrar nas galerias dos museus em contato direto com o público. Aplicativos móveis que já são disponibilizados por alguns museus, transformam celulares em áudio guias, QR Codes e Realidades Aumentadas ampliam a compreensão dos acervos, levando a crer que no futuro cairão em desuso balcões de informações e folheterias. Mas como qualificar a atuação das novas tecnologias como parte integrante na comunicação narrativa das exposições? Mesmo usadas com o objetivo de ampliar as possibilidades de compreensão dos visitantes – mídias de simulação, reconstruções digitais, criação de ambientes virtuais e interativos– a natureza tecnológica desses recursos não poderia interferir no nível e no ritmo específicos às percepções de cunho museológico? A onipresença digital – que começa a interferir nos tradicionais canais da comunicação expositiva, ainda que compreendida como tentativa de atualização – poderia tornar-se inadequada quando usada como substituição virtual do acervo real? O processo de “descanonização” imputado ao discurso pós-moderno, que recusa os “grandes códigos” e a obediência à autoridade, poderia reduzir a importância dos objetos, substituindo-os por novos signos nas exposições? O intuito é lançar um olhar analítico à utilização das novas tecnologias digitais em seu papel ativo nas exposições museológicas e os limites da atuação delas como concorrentes aos objetos reais dentro do discurso museológico.


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