Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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Sensibilidades e Memória: O narrar, o sentir e o envelhecer.
Antônio Carlos dos Santos Pereira

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


A partir da segunda metade do século XX, especificamente nas décadas de 1960 e 1970, a velhice ganhou expressão e legitimidade no campo das preocupações sociais do período. Entretanto, novas formas de pensar a velhice irão fazer com que aconteça uma ressignificação no processo de envelhecimento. Por um lado, a velhice está atrelada a todo um contexto histórico onde passa a fazer parte de uma segregação étnica nas sociedades em desenvolvimento. Por outro, as sociedades irão buscar meios para que as pessoas procurem, desde a sua juventude, desenvolver e adotar padrões onde retardem ou garantam uma forma de envelhecer bem. Com a passagem dos anos de 1980, as sociedades consumistas criaram espaços sociais, a gerontologia, e produtos de rejuvenescimento e lazer, incorporando aos mercados de consumo, os recém-chegados a fase da aposentadoria, denominada de “Terceira Idade”. Essa nova fase da vida resultou na criação de estereótipos em torno da velhice, em que os indivíduos da famosa Terceira Idade, são aqueles que se denominarão de “idosos” por esses estarem em ambientes que permitam a continuidade de uma vida ativa, buscando a mais ampla realização pessoal, e a continuidade de objetivos abandonados outrora. Serão atribuídas ao termo “velho”, as pessoas que já não conseguem mais participar da vida social, que sofrem com as doenças provocadas pela passagem do tempo, e em maioria dos casos, são excluídos do ambiente familiar e social por já não serem capazes de cuidar de si. Além de perceber a construção histórica destes significados para se pensar a velhice, tais como, a denominação de “terceira idade” “idosos”, este trabalho buscará através da História das Sensibilidades e do Estudo da Memória, a compreensão de como os afetos podem ser representadas pelas narrativas dos indivíduos que colaboram com o nosso trabalho, a partir da História Oral e como essas sensações podem contribuir para a formação das identidades que os indivíduos podem construir ao chegar à velhice.

Palavras-chave: Sensibilidades. História Oral e Memória. Velho.


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