História

História da pesquisa em fármacos e medicamentos na UFPB


O Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF) foi fundado em 1968 com o objetivo de ser um laboratório oficial de produção de medicamentos no Brasil. Seu lema, “Ensinar Fazendo”, refletia a missão universitária de formar farmacêuticos industriais com experiência prática em chão de fábrica, especialmente na região Nordeste do país. O idealizador e primeiro diretor do LTF foi o Professor Delby Fernandes Medeiros, que esteve à frente da instituição até o início da década de 1990.

Em 1978, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) se destacou no cenário acadêmico brasileiro ao criar o primeiro Mestrado em Farmacologia e Química de Produtos Naturais do Brasil. Essa iniciativa pioneira foi proposta pelo Professor Delby Fernandes Medeiros, marcando o início de uma trajetória de excelência na pesquisa.

Duas décadas depois, em 1998, o programa evoluiu e se transformou no Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos, passando a oferecer cursos de Mestrado e Doutorado. Atualmente, esse programa é o único no Nordeste na área farmacêutica a ser classificado com nota 6 pela Capes, um reconhecimento que atesta sua qualidade internacional.

Em 2011, uma decisão da administração da Reitoria resultou na extinção do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF), causando um prejuízo significativo para a pesquisa farmacêutica tanto na Paraíba quanto no Brasil.

Contudo, para restaurar o legado e a solidez da pesquisa farmacêutica na UFPB, o Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos da UFPB (IPeFarM-UFPB) foi estabelecido em 2014, por meio da Resolução 15/2014 do CONSUNI. O IPeFarM-UFPB não só integrou toda a infraestrutura do antigo LTF, mas também adicionou novas estruturas criadas após a desativação do laboratório.


IPeFarM


IPeFarM-UFPB tem como missão pesquisar, desenvolver e produzir fármacos naturais e sintéticos, medicamentos naturais e sintéticos, desenvolver tecnologias analíticas e de produção de medicamentos/fitoprodutos e realizar estudos clínicos de medicamentos e produtos para saúde destinados ao consumo humano.

Estrutura do IPeFarM

organograma do IPeFarM mostra a sua infraestrutura física e de pessoal para a pesquisa e produção farmacêutica no Estado da Paraíba/Nordeste/Brasil.

A Resolução 15/2014-CONSUNI que dispõe sobre a Criação do Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos mostrou a firme decisão da Universidade Federal da Paraíba de reconhecer as competências dos diferentes pesquisadores da área farmacêutica integrantes da UFPB e de permitir que as diferentes infraestruturas físicas fossem integradas em um único órgão, viabilizando, assim, a elaboração de projetos integrados com vistas aos estudos da planta ao medicamento para consolidar a expertise dos grupos de pesquisa da área farmacêutica na Universidade Federal da Paraíba.

Programas de Pós Graduação com atividades no IPeFarM

  • Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos – Níveis Mestrado e Doutorado – Conceito 6 na CAPES – O único na área de Farmácia no Nordeste – Norte.
  • Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos – Nível Doutorado – Conceito 4 na CAPES – Programa em associação/rede entre a UFPB – UFRN – UFC – UFRPE.

Associação em entidades

O Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos resgatou a sua participação como Associado, perdida quando da extinção do LTF, na ASSOCIAÇÃO DOS LABORATÓRIOS FARMACÊUTICOS OFICIAIS DO BRASIL – ALFOB, entidade que congrega todos os laboratórios oficiais de produção farmacêutica no Brasil e parceira do Ministério da Saúde – Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos. 

Projetos em Execução no IPeFarM

REDE NORTE NORDESTE DE FITOPRODUTOS

Após a criação do IPeFarM (Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), lançaram uma chamada pública. O objetivo era selecionar instituições científicas e tecnológicas com projetos de reconhecimento internacional para se tornarem Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

O IPeFarM, que já apoia programas de pós-graduação na área farmacêutica com foco em plantas medicinais, elaborou uma proposta ambiciosa. Essa proposta visava a estruturação de uma Rede Norte-Nordeste de Fitoprodutos, com o IPeFarM atuando como sede, beneficiando-se de mais de 40 anos de experiência e infraestrutura acumulada.

A iniciativa foi submetida à Chamada INCT – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs Nº 16/2014, com o propósito de otimizar os estudos sobre plantas medicinais para o desenvolvimento de fitoprodutos. A proposta foi aprovada e seu financiamento liberado no final de 2016, marcando um avanço significativo para a pesquisa farmacêutica nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

CENTRO NACIONAL MULTIUSUÁRIO

A Diretoria de Pesquisas em Química da UFPB incorporou a estrutura do Laboratório Multiusuário de Análise e Caracterização (LMCA), que foi financiado por diversos projetos CTINFRA. Em 2016, o professor Marcelo Sobral da Silva, então coordenador do LMCA, apresentou à FINEP uma proposta para o edital do Centro Nacional Multiusuário (CNM). A proposta foi aprovada, e o projeto encontra-se atualmente em execução.

Com equipamentos analíticos de grande porte, o CNM oferece serviços essenciais para a UFPB e para diversos usuários na Paraíba e em toda a região Nordeste, realizando análises de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), Espectrometrias de Massa e Cromatografias.

PLATAFORMA DE PESQUISA E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE INSUMOS FARMACÊUTICOS ATIVOS VEGETAIS

Em 2016, a Associação Nacional de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil – ALFOB iniciou um importante debate entre seus laboratórios associados para identificar as principais áreas de atuação e, assim, definir as prioridades de uma rede colaborativa.

Nesse contexto, o Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos – IpeFarm propôs a criação de uma plataforma de fitoterápicos. Essa iniciativa foi apresentada ao Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde – SCTIE, durante a primeira reunião com o então Ministro Ricardo Barros, ainda em 2016.

A proposta foi muito bem recebida e, no mesmo ano, a plataforma de fitoterápicos foi oficialmente aprovada pelo Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde.

No ano de 2018, o IPeFarM apresentou à SCTIE/DECIIS uma proposta para implementar a Plataforma de Produção Industrial de Insumos Farmacêuticos Ativos Vegetais. Esse projeto foi aprovado, recebendo um financiamento inicial que possibilitou a aquisição de equipamentos e a adequação da infraestrutura já existente no IPeFarM

PLATAFORMA DE PESQUISA E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE INSUMOS FARMACÊUTICOS ATIVOS PEPTÍDICOS

A colaboração entre o IPeFarM e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia começou em 2016. Eles discutiram uma parceria de transferência de tecnologia focada na produção de peptídeos. O objetivo inicial era produzir a octreotida, um insumo farmacêutico ativo de alto custo para o Ministério da Saúde. Essas discussões progrediram e resultaram em um acordo de Cooperação Técnica.

Em 2018, o IPeFarM submeteu um projeto à SCTIE/DECIIS para criar uma Plataforma de Produção Industrial de Insumos Farmacêuticos Ativos Peptídicos. O projeto foi aprovado, recebendo financiamento inicial para adquirir equipamentos e adaptar a área física já existente no IPeFarM..

PESQUISA CLÍNICA

A Diretoria de Pesquisas Clínicas do IPeFarM assumiu a responsabilidade pela conclusão do Edifício do Centro de Pesquisa Clínica e Farmacoterapia, que estava em construção e foi inicialmente financiado com recursos do CTINFRA 2008. O IPeFarM se empenhou na finalização da obra utilizando recursos próprios.

Atualmente, a estrutura clínica está sendo organizada com recursos de diversos projetos para se tornar um grande centro de pesquisa clínica.

Em 2018, o IPeFarM obteve aprovação na Plataforma Brasil para o projeto “Perfil Termográfico dos Pacientes com Queixas Inflamatórias”. O convite para a inclusão de pacientes neste estudo está disponível na página do IPeFarM.

Para 2019, o IPeFarM está em processo de discussão para implantar uma nova linha de pesquisa focada em doenças raras inflamatórias. Esta iniciativa abrangerá atividades de diagnóstico e monitoramento da eficácia terapêutica em pacientes em tratamento. A pesquisa contará com a colaboração de pesquisadores do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba, além de especialistas de outras instituições nacionais com experiência na área.

Última atualização: quinta-feira, 3 de julho de 2025