Saúde física em autistas

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

O conteúdo a seguir foi amplamente adaptado para a Linguagem Simples por GRALHA, criada por Marcia Ditzel Goulart.

📌 Contexto

Pesquisas mostram que pessoas adultas autistas costumam ter mais problemas de saúde física do que pessoas adultas não autistas. Elas também relatam piores experiências no atendimento médico e maior risco de morte. Mas muitos estudos eram feitos só em jovens (até 35 anos) ou em locais geográficos específicos.

O estudo de Ward e colaboradores (2023) quis responder a duas perguntas:

  1. Pessoas autistas têm mais doenças crônicas que não passam de pessoa para pessoa?
  2. Isso acontece por causa de fatores como sexo, país, etnia, escolaridade, consumo de álcool, cigarro, índice de massa corporal/IMC (peso) ou histórico familiar?

📌 Como o estudo foi feito

  • Pesquisa online anônima com 2305 pessoas adultas (idade média: 41 anos).
  • Quase metade era autista (49%).
  • Foram feitas perguntas sobre dados demográficos, diagnóstico de autismo, dieta, exercícios, sono, saúde sexual, uso de substâncias, histórico médico pessoal e histórico médico familiar (de parentes biológicos de primeiro grau).
  • Pesquisadores compararam a saúde de autistas e não autistas.

📌 Principais resultados

🔹 Pessoas autistas tiveram mais condições de saúde não-transmissíveis em quase todos os órgãos, como:

  • estômago e intestino (gastrointestinais)
  • cérebro e nervos (neurológicos)
  • hormônios (endócrinos)
  • olhos, ouvidos, nariz e garganta
  • pele
  • fígado e rins
  • sangue

🔹 Diferenças muito grandes foram vistas em sintomas neurológicos e gastrointestinais.

🔹 A Síndrome de Ehlers-Danlos (SED) apareceu mais em mulheres autistas do que em mulheres não autistas.

🔹 A doença celíaca também foi mais comum em pessoas autistas, mas esse dado ficou menos certo quando foi considerado o histórico familiar.


📌 Limitações do estudo

  • A maioria das pessoas participantes da pesquisa era mulher, branca, com ensino superior e morava no Reino Unido.
  • Só quem tinha acesso à internet e conseguia responder pôde participar.
  • Isso pode ter deixado alguns grupos de pessoas de fora.
  • A quantidade de pessoas pesquisadas limitou algumas análises.

📌 Conclusão

Pessoas autistas têm mais chances de ter várias doenças físicas ao mesmo tempo do que pessoas não autistas. Por isso:

  • Profissionais de saúde precisam estar atentos a esse risco.
  • É preciso fazer mais pesquisas, especialmente sobre a relação do autismo com a doença celíaca e a Síndrome de Ehlers-Danlos.

Referência

WARD, J. H. et al. Increased rates of chronic physical health conditions across all organ systems in autistic adolescents and adults. Molecular Autism, [s. l.], v. 14, n. 1, p. 1–20, 2023. Disponível em: https://molecularautism.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13229-023-00565-2. Acesso em: 25 set. 2025.

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