Pessoas autistas adultas evitam a imprevisibilidade na tomada de decisão

terça-feira, 8 de julho de 2025

O seguinte conteúdo, do artigo de Macchia e colaboradores (2024), foi adaptado do texto gerado pela inteligência artificial Gralha, de Marcia Ditzel Goulart.

A tomada de decisão em condições imprevisíveis pode causar desconforto em autistas devido à sua preferência por previsibilidade. Dificuldades na tomada de decisão também podem estar associadas à desregulação dos hormônios sexuais e do estresse.

Este estudo prospectivo e transversal de Macchia et. al (2024) investigou a tomada de decisão em 32 participantes autistas (14 mulheres) e 31 participantes não autistas (20 mulheres), com idades entre 18 e 64 anos. A Tarefa do Jogo de Iowa (IGT) e a Tarefa de Risco de Cambridge (CRT) foram utilizadas para avaliar a tomada de decisão sob ambiguidade e sob risco com probabilidades de resultado conhecidas, respectivamente. Os níveis séricos de cortisol, estradiol e testosterona foram relacionados ao desempenho nas tarefas.

Os grupos não diferiram no desempenho geral na IGT e na CRT, mas, em comparação aos participantes não autistas, os participantes autistas preferiram baralhos menos lucrativos, porém com resultados previsíveis, evitando aqueles com desfechos imprevisíveis. Participantes autistas também precisaram de mais tempo para tomar decisões em comparação aos participantes não autistas. Além disso, participantes autistas sem depressão coocorrente tiveram desempenho significativamente inferior aos participantes não autistas na IGT.

As concentrações de estradiol e cortisol foram preditores significativos dos escores na CRT entre os participantes não autistas, mas não entre os participantes autistas. Os resultados do estudo sugerem que participantes autistas são “aversos ao risco” na tomada de decisão sob ambiguidade, evitando opções com perdas imprevisíveis quando comparados aos participantes não autistas.

Os achados de Macchia et. al (2024) ressaltam a intolerância à incerteza, especialmente em situações ambíguas. Assim, esses(as) pesquisadores(as) recomendam que, ao interagir com autistas, seja adotada uma comunicação o mais transparente e precisa possível. Pesquisas futuras devem explorar a tomada de decisão em situações sociais entre autistas, considerando variáveis individuais como a depressão.

Referência:

MACCHIA, A. et al. Autistic adults avoid unpredictability in decision-making. Journal of Autism and Developmental Disorders, [s. l.], p. 1–13, 2024.

Notícias Relacionadas

Imagem decorativa do site