O conteúdo a seguir, extraído do artigo de Pearson e Rose (2021), foi amplamente traduzido pela inteligência artificial Perplexity e adaptado para a Linguagem Simples por GRALHA, inteligência artificial criada por Marcia Ditzel Goulart.
A camuflagem autista é um tema complexo. Hoje entendemos que camuflagem inclui atitudes como fazer contato visual mesmo quando isso causa desconforto ou evitar falar sobre seus próprios interesses por receio de parecer “esquisita”.
Ainda sabemos pouco sobre esse fenômeno. Mesmo assim, precisamos estudá-lo porque acreditamos que a camuflagem pode prejudicar a saúde e o bem-estar de pessoas autistas.
O artigo analisou as explicações atuais sobre camuflagem e buscou identificar o que ainda falta entender sobre o tema.
De forma geral, Pearson e Rose (2021) afirmam que a pesquisa sobre camuflagem precisa considerar as pessoas autistas de outro modo.
Pessoas autistas crescem em um ambiente social marcado por visões negativas sobre o autismo e sobre quem é autista. Esse contexto pode gerar traumas e influenciar o desenvolvimento da camuflagem.
Os autores também contestam a ideia de que a camuflagem seja um comportamento “feminino”. Essa visão sugere a existência de um subtipo “específico feminino” de autismo, o que pode dificultar o diagnóstico de pessoas que não se encaixam nesse padrão — como pessoas não binárias, homens, e mulheres que não correspondem aos critérios atuais.
Segundo os autores, é necessário reconhecer que o autismo não corresponde a um único “tipo” de pessoa. Por isso, precisamos separar as ideias sobre camuflagem das ideias baseadas em estereótipos.
Pearson e Rose propõem considerar a camuflagem como um construto multidimensional e interativo. Os autores defendem que a pesquisa precisa se apoiar em teorias sociais, que reconhecem a influência do ambiente social e das normas coletivas na vida da pessoa autista. Essa abordagem reconhece que pessoas autistas são seres sociais e não se desenvolvem isoladamente.
Os autores também sugerem que a camuflagem seja vista como um processo. Eles comparam esse processo à formação de uma rocha: o que observamos é apenas a superfície, como o contato visual forçado ou a imitação de expressões faciais. Porém, essas estratégias são resultado de pressões e camadas acumuladas ao longo do tempo.
Embora a camuflagem seja chamada de “estratégia social”, ainda há pouca aplicação de teoria social nesse campo de estudo. Os autores recomendam que pesquisadores usem teorias sobre:
Essas teorias podem esclarecer por que pessoas autistas camuflam seus traços.
Os autores também enfatizam que a camuflagem nem sempre é consciente ou voluntária. Por isso, sugerem investigar:
Os autores incentivam mais estudos sobre identidade autista. Também recomendam analisar como gênero, raça, etnia e outras condições influenciam a necessidade de camuflar — e como isso pode ocorrer com mais ou menos intensidade, ou de modos diferentes, entre as pessoas.
Pearson e Rose (2021) esperam que sua análise ajude pesquisadores a compreender que alguns aspectos da camuflagem são específicos das pessoas autistas. No entanto, outros aspectos se parecem com formas de “fingir ser normal” usadas por pessoas socialmente excluídas para tentar se adaptar.
A expectativa é que essas reflexões aumentem o entendimento sobre a camuflagem e incentivem pesquisas que melhorem a qualidade de vida de pessoas autistas.
Referência
PEARSON, A.; ROSE, K. A conceptual analysis of autistic masking: understanding the narrative of stigma and the illusion of choice. Autism in adulthood, [s. l.], v. 3, n. 1, p. 52–60, 2021. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8992880/. Acesso em: 9 out. 2025.