Uma análise conceitual da camuflagem autista: compreendendo a narrativa do estigma e a ilusão da escolha

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

O conteúdo a seguir, extraído do artigo de Pearson e Rose (2021), foi amplamente traduzido pela inteligência artificial Perplexity.

Por que esse tema é importante?

A camuflagem autista é um tema complicado. Atualmente, entendemos que camuflagem inclui coisas como fazer contato visual mesmo que isso cause desconforto, ou evitar falar demais sobre seus interesses por medo de ser rotulada como uma pessoa “esquisita”. Ainda há muito que não sabemos sobre a camuflagem, mas é importante compreendê-la porque acreditamos que ela pode ter um efeito negativo nas pessoas autistas.

Qual foi o propósito deste artigo?

O objetivo deste artigo foi analisar as explicações atuais sobre camuflagem e tentar identificar o que está faltando.

Qual é a conclusão do artigo?

De maneira geral, Pearson e Rose (2021) concluem que o trabalho sobre camuflagem precisa considerar as pessoas autistas de uma maneira diferente. Autistas crescem em um mundo social onde enfrentam muitas visões negativas sobre o autismo e sobre as próprias pessoas autistas. É preciso entender como esse mundo social e os traumas que podem surgir por fazer parte dele contribuem para a camuflagem. A ideia de que a camuflagem seja algo “feminino” também é contestada, pois ocorreria devido a um subtipo “específico feminino” do autismo, que pode dificultar o diagnóstico de algumas pessoas (por exemplo, pessoas não binárias, homens e mulheres que não se encaixam nos critérios atuais). Em vez disso, é necessário reconhecer que o autismo não se parece com um único “tipo” de pessoa, e tentar separar as ideias sobre camuflagem das ideias sobre uma pessoa que não se encaixa em um estereótipo.

Especificamente, Pearson e Rose (2021) sugerem que futuras pesquisas considerem a camuflagem como um construto multidimensional e totalmente interativo. Para começar, a pesquisa sobre camuflagem precisa estar completamente fundamentada na teoria social que reconheça o papel do ambiente social e das normas coletivas sobre a pessoa autista. Aplicar uma lente social reconhece que pessoas autistas são seres sociais que não se desenvolvem no vácuo.

Além disso, a camuflagem deve ser considerada em termos de seu processo; podemos pensar na camuflagem como no processo de formação de uma rocha. O que vemos é a face da rocha, semelhante às estratégias externamente visíveis que alguém pode usar para camuflar, como fazer contato visual e imitar expressões faciais. Mas essas estratégias foram moldadas ao longo do tempo, transformadas pela pressão, acumulando camadas que criam o que é visto pelo observador.

Pesquisas futuras deveriam considerar o papel do ambiente e do contexto na camuflagem, as pressões externas que levaram ao seu desenvolvimento inicial e o impacto disso na pessoa. Também é importante levar em conta a trajetória de desenvolvimento da camuflagem, o papel do tempo e dos traumas na formação da máscara, bem como a interseção entre o autismo e outros aspectos da identidade da pessoa (como gênero ou raça/etnia). A interação entre esses processos e resultados provavelmente será um fator essencial para entender o que pode ser feito para oferecer melhor apoio às pessoas cuja saúde mental é afetada negativamente pela camuflagem.

O que Pearson e Rose (2021) recomendam para futuras pesquisas sobre o tema?

Embora a camuflagem seja chamada de “estratégia social”, ainda não houve muita aplicação de teoria social na pesquisa sobre camuflagem. Recomenda-se que pesquisadores(as) usem teorias sobre como as pessoas tentam se encaixar e teorias sobre como as pessoas excluem e prejudicam quem é diferente. Isso pode ajudar a entender por que as pessoas autistas camuflam seus traços. Há necessidade de compreendermos que a camuflagem nem sempre é uma escolha, envolvendo muitos aspectos inconscientes. Indica-se que pesquisadores(as) tentem descobrir quando a camuflagem começa a acontecer (por exemplo, na infância) e o que faz as pessoas sentirem que precisam manter essa máscara. Incentiva-se a realização de mais pesquisas sobre identidade autista, e como diferentes aspectos da identidade (incluindo gênero, raça e condições associadas) podem fazer com que alguém precise camuflar mais (ou menos), ou de maneiras diferentes.

Como essa análise ajudará pessoas adultas autistas agora e no futuro?

Pearson e Rose (2021) esperam que essa análise ajude pesquisadores(as) entenderem que alguns aspectos da camuflagem podem ser únicos para pessoas autistas, mas que outros aspectos podem ser semelhantes a outras formas de “fingir ser normal” usadas por pessoas socialmente excluídas para tentar se encaixar. Espera-se que as sugestões providas possam ampliar a compreensão sobre a camuflagem e gerar pesquisas que melhorem a vida de autistas.

Referência

PEARSON, A.; ROSE, K. A conceptual analysis of autistic masking: understanding the narrative of stigma and the illusion of choice. Autism in adulthood, [s. l.], v. 3, n. 1, p. 52–60, 2021. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8992880/. Acesso em: 9 out. 2025.

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