Abordagens mais atuais para apoiar pessoas adultas autistas

sábado, 26 de julho de 2025

O seguinte conteúdo, do artigo de Howlin (2025), foi adaptado do texto gerado pela inteligência artificial Gralha, criada por Marcia Ditzel Goulart.

O que mudou na forma de entender o autismo?

Nos últimos 10 anos, muita coisa mudou no que sabemos sobre o autismo.
Antes, autismo era visto como um distúrbio grave da infância, geralmente associado a dificuldades intensas de linguagem e pensamento.
Hoje, sabemos que:

  • A maioria das pessoas autistas (cerca de 60%) tem inteligência média ou acima da média (QI ≥ 86).
  • Menos de um terço tem dificuldades cognitivas ou de comunicação mais graves (QI < 50).
  • O autismo é uma condição que acompanha a pessoa por toda a vida, mas seu impacto varia muito de pessoa para pessoa e ao longo do tempo.

Como pessoas autistas têm ajudado a mudar a forma de pensar sobre o autismo?

Muitas pessoas adultas autistas têm pedido que o autismo não seja mais visto como uma doença ou um defeito.

Elas dizem que o autismo é uma forma de diversidade humana — o que chamamos de neurodiversidade.
Por isso, estão questionando intervenções que tentam “corrigir” o autismo. Em vez disso, propõem que o foco seja nos fatores do ambiente (sociais, físicos e emocionais) que afetam o bem-estar.

Hoje, muitas pesquisas e intervenções são feitas em parceria entre pessoas autistas e não autistas, para criar soluções que realmente façam sentido para quem é autista.


Qual o principal desafio para pessoas adultas autistas?

Em geral, não é o autismo em si que mais dificulta a inclusão social.
O problema maior é a saúde mental.

Pessoas autistas têm mais chances de desenvolver:

  • ansiedade,
  • depressão,
  • transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH),
  • e estão sob maior risco de suicídio.

Problemas de saúde física também são mais comuns, o que aumenta o risco de morte precoce.


Quais fatores afetam o bem-estar?

Muitas pessoas adultas autistas enfrentam dificuldades como:

  • não conseguir emprego ou perdê-lo com frequência,
  • falta de acesso a lazer, moradia ou transporte adequado,
  • dependência excessiva da família,
  • estigma, isolamento e baixa autoestima.

Tudo isso piora a saúde mental.


Como as terapias psicológicas podem ajudar?

Algumas técnicas se mostraram úteis, como:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC),
  • Técnicas de atenção plena (mindfulness).

Essas abordagens ajudaram a reduzir ansiedade, obsessões, sintomas depressivos e fobia social.
Mas:

  • Ainda faltam pesquisas com pessoas em situações mais graves.
  • Poucos estudos incluem adultos mais velhos ou pessoas com deficiência intelectual.
  • A maioria dos participantes dos estudos é composta por homens jovens sem deficiência intelectual.

E sobre o treino de habilidades sociais?

Alguns estudos mostram melhora na compreensão emocional e na convivência com outras pessoas.
Outros não mostram melhora significativa.

Críticos dizem que esses programas focam só na pessoa autista, e não consideram que a interação social envolve a forma como as outras pessoas percebem e tratam quem é autista.


Quais abordagens têm sido usadas?

Alguns programas ajudam pessoas autistas a:

  • desenvolver habilidades acadêmicas e profissionais,
  • se preparar para o mercado de trabalho,
  • lidar com tarefas do dia a dia,
  • participar de atividades de lazer.

Essas ações podem:

  • diminuir o estresse,
  • melhorar a saúde mental,
  • aumentar a qualidade de vida.

Empregos com apoio especializado também ajudam a manter as pessoas no trabalho, com melhores salários e mais satisfação.

Esses programas ensinam empregadores a criar ambientes de trabalho amigáveis para pessoas autistas.


Quais são os desafios?

Mesmo em países ricos, o acesso a programas especializados ainda é limitado.
Depois que o programa termina, muitos serviços somem.
Algumas pessoas autistas também relatam que os programas não consideram seus objetivos pessoais.

Faltam pesquisas grandes e bem feitas para descobrir:

  • que tipo de apoio funciona melhor para cada pessoa,
  • quais elementos tornam um programa realmente eficaz.

O que mais pode afetar o bem-estar de pessoas adultas autistas?

Outros obstáculos importantes incluem:

  • barreiras para acessar serviços de saúde,
  • hipersensibilidades sensoriais (luz, som, cheiro, texturas, alimentos),
  • esgotamento (burnout) autístico: também decorrente do intenso esforço da pessoa para esconder seus traços do espectro do autismo e parecer “normal”.

Essas dificuldades podem ser melhoradas com mudanças no ambiente e educação da sociedade, e não tentando mudar a pessoa autista.


O que falta para atender melhor as mulheres autistas?

Mulheres autistas precisam de mais atenção. Seus sinais de autismo podem ser diferentes dos homens.
Elas também precisam de serviços adaptados durante:

  • a gravidez,
  • a maternidade,
  • e a menopausa.

E as pessoas autistas com maior nível de dependência?

Cerca de 30% das pessoas autistas também têm:

  • deficiência intelectual severa,
  • dificuldades graves de comunicação,
  • problemas de comportamento, como autolesão,
  • doenças físicas como epilepsia.

Essas pessoas correm mais risco de sofrer abusos, discriminação e exclusão social.

Alguns estudiosos propuseram o termo “autismo profundo” para destacar as pessoas com necessidades mais intensas de apoio.

Esse termo é criticado por parte do movimento da neurodiversidade, mas ajuda a mostrar que algumas pessoas adultas vivem situações muito graves.


O que pode ser feito?

É urgente:

  • garantir oportunidades de desenvolvimento contínuo,
  • oferecer atividades de trabalho, lazer e moradia adequadas,
  • apoiar emocional, social e financeiramente os cuidadores.

O que é um cuidado de qualidade?

Segundo pesquisadores autistas, um bom atendimento para pessoas adultas deve incluir:

  • promoção da autonomia,
  • apoio à comunicação,
  • combate ao estresse,
  • remoção de barreiras,
  • enfrentamento do estigma,
  • cuidado centrado na pessoa,
  • e formação contínua e específica das equipes.

Cada pessoa tem necessidades diferentes.
Por isso, o apoio deve ser personalizado e disponível ao longo de toda a vida.


Considerações finais

Este texto mostra que o cuidado com pessoas adultas autistas precisa mudar.
Mais do que mudar quem é autista, é preciso mudar o ambiente e a forma como a sociedade se relaciona com essas pessoas.
Elas devem participar da construção das políticas e serviços que lhes dizem respeito.

Referência:

HOWLIN, P. Changing approaches to interventions for autistic adults. World Psychiatry, [s. l.], v. 24, n. 1, p. 131–132, 2025.

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