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Pesquisador da UFPB cria câmara de monitoramento de atmosfera que analisa impactos do dióxido de carbono no cimento

publicado: 25/02/2022 17h38, última modificação: 25/02/2022 17h39
Invento visa contribuir para o desenvolvimento de tecnologias para aumentar durabilidade da matéria-prima e reduzir custos

Foto: Divulgação

O pesquisador Gabriel de Sá Teles e Lima, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), criou uma câmara de carbonatação com capacidade de monitoramento interno de atmosfera. O objetivo é compreender e avaliar os impactos do dióxido de carbono (CO2) na matriz de pastas cimentícias.

O estudo faz parte da tese de doutorado do pesquisador, defendida em 2019. A pesquisa, que foi iniciada em 2016, analisou o estudo da carbonatação em pastas cimentícias, argila e minerais. O objetivo foi compreender e avaliar os impactos do dióxido de carbono (CO2) nas matrizes dessas pastas para desenvolver tecnologias que aumentem a durabilidade da matéria-prima.

A carbonatação é uma patologia desencadeada a partir de um composto químico comum nas grandes cidades. Segundo o pesquisador, o teste de carbonatação exige um equipamento específico e sua avaliação convencional é demorada.

“A estrutura de concreto dos prédios, por exemplo, está constantemente exposta ao CO2. Nós percebemos a possibilidade de construir essa ferramenta, já que o teste é fundamental para avaliar a vida útil do cimento. A meta é atingir esse nível de carbonatação em um curto espaço de tempo, em algumas horas”, explicou.

O dispositivo está disponível na UFPB, à disposição da comunidade universitária para análise, podendo ser estudado por discentes de áreas como Engenharia de Materiais, Civil e Mecânica que se interessam pela temática. De acordo com Gabriel, esse tipo de estudo é necessário para compreender as patologias das matrizes analisadas como o Cimento Portland.

“Estamos em um momento de expansão, de crescimento populacional e industrial, em que a utilização dessa matéria-prima, o cimento, vem em uma forte crescente. E o CO2 é um elemento químico que está naturalmente presente na nossa atmosfera. Então, o dispositivo vai permitir a redução nos custos do material e na manutenção dessas estruturas urbanas”, comentou.

Em 2019, a invenção teve a Carta-Patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Para Gabriel, o processo de patenteamento é fundamental no desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia.

“É preciso ter esse dispositivo de proteção para que a tecnologia seja utilizada da melhor forma possível. O trabalho desenvolvido pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova-UFPB) é necessário para que essas tecnologias não se percam no tempo”, destacou.

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Reportagem: Mariani Idalino
Edição: Aline Lins
Foto: Divulgação