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Professores de Direito da UFPB lançam livro em parceria com universidades francesas

publicado: 07/03/2022 10h45, última modificação: 08/03/2022 11h02
Publicação trata de direitos sociais, culturais e ambientais
Obra é resultado de debates promovidos pelos docentes brasileiros e franceses em seminário de internacionalização realizado em 2019. Crédito: Editora Lumen Juris
Obra é resultado de debates promovidos pelos docentes brasileiros e franceses em seminário de internacionalização realizado em 2019

Os professores do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Maria Creusa de Araújo Borges e João Batista Moreira Pinto lançaram o livro “Direitos Sociais, Culturais e Ambientais: Diálogos Transfronteiriços em Tempos de Transição” em cooperação acadêmica internacional com as universidades francesas de Grenoble Alpes e Paris 1 Panthéon-Sorbonneno último mês de dezembro.

A publicação, já referenciada em sites franceses e cuja organização também é assinada pelo professor Cédric Roulhac, membro do Instituto de Ciências Jurídicas e Filosóficas da Sorbonne, é resultado dos debates promovidos pelos docentes brasileiros e franceses no Seminário de Internacionalização “Educação em Direitos, Direitos Socioambientais e Culturais em Tempos de Transição”, realizado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Jurídicas (PPGCJ) da UFPB há dois anos, entre os dias 9 e 11 de dezembro de 2019.

De acordo com Maria Creusa de Araújo Borges, docente permanente e coordenadora do PPGCJ da UFPB de 2017 a 2021, o livro, que pode ser adquirido com desconto na página da Editora Lumen Juris por R$ 108, retrata a amplitude e os desafios teóricos e práticos para o aprofundamento e a implementação efetiva dos direitos sociais, que não se dissociam do conjunto dos direitos humanos na França, no Brasil ou em qualquer outra sociedade.

Esses desafios levaram à organização do livro em três perspectivas fundamentais: a constitucional, a de educação em direitos humanos e a de implementação dos direitos humanos e socioambientais”, afirma a professora e pesquisadora da UFPB.

Maria Creusa de Araújo Borges, além de ser uma das organizadoras da obra, participa com o capítulo “A Constituição Federal de 1988 e a legislação aplicável ao direito à educação em contexto de emergência”, no qual discute, a partir da Constituição Federal brasileira de 1988 e de documentos internacionais, o direito à educação, considerando seus princípios fundamentais e sua efetivação no contexto da Covid-19.

Já os professores franceses colaboram com três capítulos. Em “L’État social en France: de l’avènement aux défis contemporains”, Cédric Roulhac aborda o Estado social na França, do seu advento aos desafios contemporâneos, apontando proximidades com o brasileiro.

É uma contribuição externa relevante também para nossos desafios, como na exigência de melhor estruturação estatal para a efetivação dos direitos sociais”, avalia Maria Creusa de Araújo Borges.

Na seção “O status jurídico da Declaração Universal dos Direitos Humanos no Brasil, França e Estados Unidos”, de autoria franco-brasileira, os docentes Werna Karenina Marques de Sousa, Martial Mathieu e Eduardo Ramalho Rabenhorst trazem aportes histórico-jurídicos sobre o processo de elaboração e de vinculação à Declaração Universal dos Direitos Humanos.

No texto, embora indiquem negações, os professores reconhecem o caráter fundamental da declaração para as decisões jurídicas e na consolidação do Direito e dos direitos humanos nas realidades pesquisadas, com a possibilidade de inferências mais amplas.

No livro recém-lançado, Maria Creusa de Araújo Borges destaca também o capítulo “La protection des droits sociaux en France: état du droit, état des interrogations”, segunda intervenção de Cédric Roulhac no seminário internacional de dezembro de 2019. Nele, também publicado no original em francês, o autor relata a evolução dos direitos sociais na França.

O texto aponta uma história de marginalização e eficácia limitada em comparação aos direitos civis e políticos, por uma compreensão mais política e filosófica que jurídica; mas evidencia também a superação gradual, a partir do final do último século, dessas concepções mais rígidas, abrindo esse campo a novas possibilidades, com maior participação do Judiciário na implementação desses direitos”, analisa a professora da UFPB.

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Reportagem: Pedro Paz
Edição: Aline Lins
Crédito: Editora Lumen Juris