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Projeto de egressa da UFPB é um dos selecionados no 3º Prêmio de Design Instituto Ohtake Leroy Merlin

publicado: 05/03/2021 17h15, última modificação: 08/03/2021 18h27
Protótipo é um cobogó de plástico reciclado, elemento vazado que, em construções, possibilita maior ventilação e luminosidade

Foto: Divulgação

Projeto de autoria de egressa do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) é um dos 15 selecionados pelo 3º Prêmio de Design Instituto Ohtake Leroy Merlin para receber bolsa destinada à execução do protótipo. O invento é um cobogó de plástico reciclado, desenvolvido por Jade Costeira, e integra exposição aberta na última sexta-feira (26) no Instituto Tomie Ohtake, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

Na ocasião da abertura da exposição, a qual segue até 11 de abril, foram anunciados os três vencedores do concurso e as duas menções honrosas, em solenidade virtual.

Cada um dos 15 projetos selecionados pelo júri da terceira edição do prêmio, entre 213 inscritos de 20 estados e do Distrito Federal, recebeu R$ 5 mil para execução dos protótipos exibidos na mostra.

Jade Costeira explicou que a parede de cobogós, considerada um objeto de design, é composta por peças que se encaixam umas nas outras, configurando um sistema construtivo de simples montagem e desmontagem.

Cobogó é a denominação dada ao elemento vazado, normalmente feito de cimento, que completa paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade no interior de um imóvel, seja residencial, comercial ou indústria. 

Os cobogós são os elementos que preenchem a parede. Os conectores são responsáveis por conectar um cobogó ao outro. As molduras se encaixam aos cobogós localizados nas extremidades das paredes, para dar acabamento ou para fixar em outros elementos construtivos. Os rodapés são as peças que formam a base da parede, encaixando-se à primeira fileira de cobogós”, descreveu a arquiteta responsável pela criação.

Para construir as peças, os resíduos plásticos foram distribuídos em moldes, aquecidos e compactados em várias etapas, até atingir um quantitativo de material suficiente para ser prensado. Ao esfriar, o objeto pode ser extraído do molde. Esse elemento construtivo possibilita um design inovador, com possibilidades de cores e acabamentos.

Para o protótipo, foram usados o Polietileno de Alta Densidade (PEAD) do tipo 2 e o Polipropileno (PP) do tipo 5. Os materiais foram adquiridos na El Shadday Indústria de Materiais Plásticos e Reciclagem LTDA, localizada em João Pessoa, com o apoio do proprietário da empresa, João Trajano Pereira.

Jade Costeira contou que o projeto teve como finalidade investigar uma das alternativas de reciclagem do plástico, propondo um destino mais adequado a este material residual, que atualmente é produzido em ampla escala e boa parte do seu descarte tem destinos inadequados que prejudicam o meio ambiente.

Segundo a arquiteta, a criação foi desenvolvida por meio de pesquisas, croquis, modelagem virtual e prototipagem. orientação do trabalho foi da professora Cláudia Torres, do Departamento de Arquitetura da UFPB, e contou com acompanhamento on-line da equipe do concurso do Instituto Tomie Ohtake e mentoria da jurada Bebel Abreu. “A produção aconteceu, em sua maioria, na minha residência”, contou Jade, que teve também a assistência dseu namorado, Ticiano Andrade e seus pais, Aldenildo Costeira e Janine Azevedo.

A Profa. Cláudia Torres destacou a relevância da iniciativa enquanto produto para uma nova sociedade que se preocupa muito com a questão ambiental. “Como aluna de Arquitetura e Urbanismo, egressa do nosso curso, Jade teve a preocupação de recriar um elemento tradicional da arquitetura, que é o cobogó, usando para a sua confecção o material residual do plástico, um resíduo de difícil absorção pelo meio ambiente”, ressaltou a docente, destacando também o apoio institucional da UFPB.

No Laboratório de Fabricação Digital (Fablab) da UFPB, no Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR), campus I, João Pessoa, foram feitas impressões 3D das peças projetadas, sob assistência de Luiz Regis e coordenação do professor Euler Macêdo, do Departamento de Engenharia Elétrica. 

Na Metalúrgica Polytex, também em João Pessoa, foram desenvolvidos os moldes metálicos que deram forma ao plástico reciclado, com contribuição de Renan Sousa, Emerson Santos e Rodrigo Veríssimo. Já o engenheiro elétrico Carlos Monteiro projetou o sistema elétrico do forno para manufatura das peças.

Inovação - O Prêmio de Design Instituto Ohtake Leroy Merlin é destinado a universitários e recém-graduados de todas as áreas, buscando propostas de soluções inovadoras por meio da relação entre o design e outras áreas, como a arquitetura e a engenharia. As inscrições para a quarta edição do Prêmio de Design Instituto Tomie Ohtake, gratuitas, estão abertas até 31 de maio, pelo site http://premiodesign.institutotomieohtake.org.br.

Interessados em produzir o cobogó de plástico reciclado em larga escala devem entrar em contato pelo e-mail jade.costeira@gmail.com. 

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Reportagem: Pedro Paz
Edição: Aline Lins
Foto: Divulgação