Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Projetos da UFPB revigoram cafeicultura no Brejo paraibano
conteúdo

Notícias

Projetos da UFPB revigoram cafeicultura no Brejo paraibano

Por volta de 1920, praga, falta de investimentos e de assistência dizimaram produção
publicado: 28/08/2020 18h49, última modificação: 28/08/2020 19h54
Experimentos com variedades de Coffea canephora, espécie de café originária da África Ocidental, poderão fundamentar plano para retomada da produção na região. Foto: Barbara Walton/European Pressphoto Agency

Experimentos com variedades de Coffea canephora, espécie de café originária da África Ocidental, poderão fundamentar plano para retomada da produção na região. Foto: Barbara Walton/European Pressphoto Agency

Projetos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão revigorando a cafeicultura no Brejo paraibano. Por volta de 1920, praga, falta de investimentos e de assistência dizimaram a produção de café na microrregião. Experimentos com variedades de Coffea sp, arbusto da família Rubiaceae e do gênero Coffea L., da qual se conhecem mais de 100 espécies, poderão fundamentar plano para retomada da produção na região. 

De acordo com o professor Guilherme Podestá, do Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais do Centro de Ciências Agrárias, em Areia, localizado na microrregião, a cultura do café teve seu ciclo, no Brejo Paraibano, da segunda metade do século XIX até início do século XX. Nesse período, a região chegou a ter seis milhões de pés de café em municípios como Alagoa Nova, Areia, Bananeiras e Serraria.

Por volta de 1920, a praga denominada Cerococus parahybensis se alastrou pelos cafezais e, juntamente com a falta de investimentos e de assistência técnica, fez com que a cultura do café praticamente desaparecesse no Brejo paraibano. Em 2017, Guilherme Podestá deu início às ações para o resgate da cultura do café no Brejo paraibano, com o apoio de professores dos mesmos departamento e Centro de Ensino.

Parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) viabilizou o fornecimento de sementes de 21 genótipos de Coffea arabica, espécie de café natural da Etiópia, supostamente uma das primeiras espécies de café a ser cultivada.

O primeiro experimento foi montado na Fazenda Experimental Olhos D’água, no município de Areia, e as plantas têm se desenvolvido muito bem.  

O segundo trabalho com a cultura do café no Brejo paraibano iniciou-se no ano passado, com o projeto de iniciação científica intitulado “Resgate da Cafeicultura no Brejo Paraibano”. O projeto encontra-se em fase de produção de mudas e conta com seis variedades de Coffea arabica tradicionais de regiões produtoras de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.

Para o desenvolvimento desse trabalho, foi estabelecida cooperação com a prefeitura de Areia, para a instalação de experimentos de adaptação de variedades em propriedades rurais do município.

Pretende-se ainda, com essa colaboração, desenvolver experimentos com variedades de Coffea sp, arbusto da família Rubiaceae e do gênero Coffea L., da qual se conhecem mais de 100 espécies, para definir quais genótipos se adaptam à região, a fim de engendrar plano para um novo ciclo da cultura de café no município de Areia e também na região do Brejo Paraibano.

Acredita-se que o café produzido nesta microrregião apresenta características sensoriais únicas, devido ao clima da localidade, que é bastante distinto das condições atmosféricas das regiões produtoras de café no Brasil.

Além disso, com o potencial turístico da região, será possível agregar valor ao produto, com marcas próprias e comércio em estabelecimentos da região.

* * *
Reportagem:  Ivandro Candido, com informações de Guilherme Podestá | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB