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UFPB avalia retomada de pesquisas em laboratórios
Os laboratórios de pesquisa experimental da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) devem retomar as atividades presenciais, diante das dificuldades e prejuízos nos programas de pós-graduação que utilizam os espaços para as atividades dos pesquisadores.
Por meio de questionário aplicado entre os dias 27 de julho e 6 de agosto, os coordenadores de pós-graduação apresentaram dados para subsidiar políticas e medidas de retorno dos trabalhos presenciais nos laboratórios da UFPB.
“A interrupção das atividades, imposta pela pandemia de Covid-19, pode trazer prejuízos para o andamento das pesquisas que utilizam os espaços. Dessa forma, buscamos saber os impactos da suspensão das atividades experimentais causada pela pandemia”, diz a coordenadora de avaliação dos cursos de pós-graduação da UFPB, professora Márcia Fonseca.
A gestora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFPB conta que, nos laboratórios de pesquisa experimental, existem equipamentos que podem ser danificados por falta de uso e manutenção durante um período prolongado, de três a seis meses por exemplo. São microscópios, lupas, espectofotômetros e centrífugas.
“O artigo 7º da portaria 233 do Gabinete da Reitoria, de 22 de julho, atesta a suspensão das atividades de investigação práticas que impliquem em aglomeração de quatro ou mais pessoas. Abrange iniciativas como defesas, palestras, conferências e congressos. Também houve a paralisação das pesquisas laboratoriais desde março”, explica Márcia Fonseca.
Na análise da UFPB, aproximadamente 54% dos coordenadores da pós-graduação afirmaram que os equipamentos nos laboratórios podem se estragar pelo desuso. A constatação agrava o andamento das pesquisas científicas na instituição e revela as dificuldades para o desenvolvimento da ciência no país.
Segundo levantamento de especialistas, as universidades e institutos federais perderam, em cerca de dez anos, 73% de verbas destinadas à construção de obras como os laboratórios de pesquisa. No ano de 2010, o valor era de R$ 2,78 bilhões e ano passado ficou em R$760 milhões.
“Fizemos nosso levantamento para atender a uma demanda de coordenadores de programas de pós-graduação e diretores dos Centros de Ensino. Procuraram a Pró-Reitoria de Pós-Graduação para discutir o assunto e buscar medidas que indiquem um protocolo seguro de retorno das atividades laboratoriais”, destaca Fonseca.
Dos 113 cursos de mestrado e doutorado, em 81 programas, a avaliação da Pró-reitoria de Pós-Graduação obteve 47 respostas. No questionário, foram abordadas 15 questões, divididas nas seções discentes, docentes, Covid-19 e protocolo de retorno.
“Na análise Covid-19 e protocolo de retorno, os equipamentos de proteção individual mais citados como presentes e necessários nos laboratórios foram luvas, jalecos, álcool em gel, máscaras e óculos de proteção. Também a necessidade de pessoal responsável pela limpeza do ambiente”, evidencia Márcia.
Quase 85% dos coordenadores dos programas pós-graduação, que responderam ao questionário, disseram que há projetos de pesquisas que estão com atividades suspensas por necessitarem de acesso a equipamentos laboratoriais.
Nesse cenário, a UFPB pretende viabilizar medidas para o andamento dos projetos da pós-graduação que necessitam dos laboratórios experimentais.
“Temos uma proposta de protocolo para retomada dos trabalhos laboratoriais experimentais. É a do Laboratório de Combustíveis e Materiais (Lacom). Foi encaminhada à Comissão de Biossegurança da UFPB. Quando o Comitê de Biossegurança der o aval, voltaremos a funcionar presencialmente com pesquisas da pós-graduação. Estamos empenhando os equipamentos de segurança e proteção necessários para facilitar o processo”, endossa a professora Márcia.
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Reportagem: Carlos Germano e Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB