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UFPB avalia retomada de pesquisas em laboratórios

Proposta de protocolo está sendo analisada pela Comissão de Biossegurança da UFPB
publicado: 26/08/2020 20h34, última modificação: 26/08/2020 20h34
Equipamentos podem ser danificados por falta de uso e manutenção durante período prolongado. Foto: Angélica Gouveia

Equipamentos podem ser danificados por falta de uso e manutenção durante período prolongado. Foto: Angélica Gouveia

Os laboratórios de pesquisa experimental da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) devem retomar as atividades presenciais, diante das dificuldades e prejuízos nos programas de pós-graduação que utilizam os espaços para as atividades dos pesquisadores. 

Por meio de questionário aplicado entre os dias 27 de julho e 6 de agosto, os coordenadores de pós-graduação apresentaram dados para subsidiar políticas e medidas de retorno dos trabalhos presenciais nos laboratórios da UFPB. 

“A interrupção das atividades, imposta pela pandemia de Covid-19, pode trazer prejuízos para o andamento das pesquisas que utilizam os espaços. Dessa forma, buscamos saber os impactos da suspensão das atividades experimentais causada pela pandemia”, diz a coordenadora de avaliação dos cursos de pós-graduação da UFPB, professora Márcia Fonseca. 

A gestora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFPB conta que, nos laboratórios de pesquisa experimental, existem equipamentos que podem ser danificados por falta de uso e manutenção durante um período prolongado, de três a seis meses por exemplo. São microscópios, lupas, espectofotômetros e centrífugas. 

“O artigo 7º da portaria 233 do Gabinete da Reitoria, de 22 de julho, atesta a suspensão das atividades de investigação práticas que impliquem em aglomeração de quatro ou mais pessoas. Abrange iniciativas como defesas, palestras, conferências e congressos. Também houve a paralisação das pesquisas laboratoriais desde março”, explica Márcia Fonseca. 

Na análise da UFPB, aproximadamente 54% dos coordenadores da pós-graduação afirmaram que os equipamentos nos laboratórios podem se estragar pelo desuso. A constatação agrava o andamento das pesquisas científicas na instituição e revela as dificuldades para o desenvolvimento da ciência no país. 

Segundo levantamento de especialistas, as universidades e institutos federais perderam, em cerca de dez anos, 73% de verbas destinadas à construção de obras como os laboratórios de pesquisa. No ano de 2010, o valor era de R$ 2,78 bilhões e ano passado ficou em R$760 milhões. 

“Fizemos nosso levantamento para atender a uma demanda de coordenadores de programas de pós-graduação e diretores dos Centros de Ensino. Procuraram a Pró-Reitoria de Pós-Graduação para discutir o assunto e buscar medidas que indiquem um protocolo seguro de retorno das atividades laboratoriais”, destaca Fonseca. 

Dos 113 cursos de mestrado e doutorado, em 81 programas, a avaliação da Pró-reitoria de Pós-Graduação obteve 47 respostas. No questionário, foram abordadas 15 questões, divididas nas seções discentes, docentes, Covid-19 e protocolo de retorno. 

“Na análise Covid-19 e protocolo de retorno, os equipamentos de proteção individual mais citados como presentes e necessários nos laboratórios foram luvas, jalecos, álcool em gel, máscaras e óculos de proteção. Também a necessidade de pessoal responsável pela limpeza do ambiente”, evidencia Márcia. 

Quase 85% dos coordenadores dos programas pós-graduação, que responderam ao questionário, disseram que há projetos de pesquisas que estão com atividades suspensas por necessitarem de acesso a equipamentos laboratoriais. 

Nesse cenário, a UFPB pretende viabilizar medidas para o andamento dos projetos da pós-graduação que necessitam dos laboratórios experimentais. 

“Temos uma proposta de protocolo para retomada dos trabalhos laboratoriais experimentais. É a do Laboratório de Combustíveis e Materiais (Lacom). Foi encaminhada à Comissão de Biossegurança da UFPB. Quando o Comitê de Biossegurança der o aval, voltaremos a funcionar presencialmente com pesquisas da pós-graduação. Estamos empenhando os equipamentos de segurança e proteção necessários para facilitar o processo”, endossa a professora Márcia. 

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Reportagem: Carlos Germano e Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB