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UFPB entra em grupo internacional para estudar trabalho informal
A universidade Federal da Paraíba (UFPB) acabou de entrar em grupo internacional para estudar trabalho informal. Serão investidos 75 mil euros nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, durante três anos. Acesso se deu através de convênio com a Universidad Viña del Mar, no Chile, no âmbito do Erasmus+, é o programa europeu que apoia a educação, a formação, a juventude e o desporto.
O projeto envolve 12 universidades, sendo nove da América Latina e três europeias. Na Paraíba, será liderado pelos pesquisadores Roberto Véras, Maurício Rombaldi, Rejane Gomes Carvalho e Wanderleya Farias.
Durante os trabalhos ocorrerão ações como visitas a centros europeus e latino-americanos; workshops; e criação de uma plataforma virtual, para favorecer a comunicação e interação entre os participantes.
Será papel da UFPB fornecer conhecimento e práticas para a análise de necessidades na pesquisa sobre informalidade do trabalho; cooperar com os parceiros da União Europeia (EU) nos conteúdos educativos da formação; participar das oficinas e ser responsável pela organização de treinamentos para estagiários de universidades locais.
Além disso, coordenar a criação e modernização de centros de pesquisa; atualizar pontualmente o conteúdo do site do projeto para o perfil do país; contribuir para a estratégia de disseminação e participar das conferências; participar do Conselho de Qualidade do grupo, revisar materiais e aplicá-los em atividades e fornecer registros de forma apropriada das ações realizadas.
“O interesse das instituições latino-americanas em pesquisar as condições de trabalho surge a partir da preocupação em compreender os desequilíbrios estruturais e históricos do mercado de trabalho na região, assim como os novos problemas do mundo do trabalho em nível global e regional”, afirma Roberto Véras.
Segundo o professor, após um ciclo de crescimento econômico e queda do desemprego ocorrido entre 2000 e 2010, tem sido observadas mudanças nas condições de trabalho, em particular, com o retorno do crescimento da informalidade, esta que é uma característica histórica dos mercados de trabalho na América Latina.
“Em associação com isso, as taxas de desemprego voltaram a crescer, tendo atingido 8,1% da população trabalhadora em 2016, a maior em uma década. A contração econômica também afetou a qualidade do emprego e bloqueou a transição do trabalho informal para o formal”.
Para Roberto Véras, os centros de pesquisa, institutos e laboratórios focados em analisar este tema necessitam aumentar sua capacidade de análise a partir de estruturas e redes de pesquisas consolidadas.
“Os centros de pesquisa carecem de recursos adequados para produzir produtos e para garantir seu impacto no contexto interno (conteúdos de treinamento, interesse acadêmico e científico e compromisso), bem como no externo (formuladores de políticas, operadores estatísticos)".
Por outro lado, devido ao alto impacto na vida das pessoas, o emprego informal e a economia informal são categorias de análise que estão ganhando cada vez mais força na compreensão de outros fatores sociais e econômicos, correlacionando problemas. Por essa razão, devemos liderar o treinamento específico em programas e transferências de conhecimento focados no mercado de trabalho informal.
Ascom/UFPB