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UFPB obtém patente de mosto sintético que simplifica o controle de matérias-primas em processos de fermentação

publicado: 28/11/2023 15h07, última modificação: 28/11/2023 15h07
O mosto sintético pode ser aplicado em vários setores da indústria de biotecnologia global

Foto: Divulgação

Um pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizou a criação composição e preparo de um mosto sintético, como um método e ferramenta inovadora para simplificar o controle de matérias-primas em indústrias que utilizam leveduras fermentativas e não fermentativas, como as de bebidas alcoólicas, por exemplo.

Conforme explica Normando Ribeiro-Filho, inventor e professor no Departamento de solos e engenharia rural do Centro de Ciências Agrárias (CCA), o mosto é um líquido complexo que contém, basicamente, carboidratos, compostos orgânicos nitrogenados, minerais, vitaminas e lipídeos, e são substâncias elementares para o uso de microorganimos em processos biotecnológicos.

“De acordo com o microorganismo aplicado, os processos podem gerar uma grande diversidade de metabólitos importantes para as indústrias de transformação, incluindo bebidas alcoólicas, bioetanol, além de indústrias da panificação, agricultura, médica e farmacêutica”, disse o inventor.

Ele ainda explica que um mosto “natural” pode ser um suco de fruta ou um “suco” obtido por um processo de germinação, secagem, maceração e fervura para extrair os açúcares e nutrientes presentes em cereais como o malte, arroz, milho, trigo.

Já o mosto sintético é uma solução que contém todas as substâncias elementares de um mosto “natural”, e que simplifica o controle de matérias-primas, processos de fermentação, seleção de leveduras e tomada de decisão para as indústrias.

Para o inventor, além de permitir alta reprodutibilidade e realização de testes de controle de fermentação, o mosto sintético tem ainda outras vantagens como o fato de ser esterilizado, o que permite fácil armazenamento por até 06 meses; e ser uma ferramenta mais controlável o que facilita avaliações reprodutíveis a curto, médio e longo prazo para avaliação e controle de processos que utilizam leveduras.

O pesquisador aponta outras vantagens do mosto sintético, como a de diversificar composições de mosto considerando presença, ausência e excesso de componentes.

“Permitindo avaliar a influência individual ou interação entre substâncias presentes no caldo; assim como as influências de uma matéria-prima defeituosa ao processo, facilitando a identificação do problema. Outra vantagem é que, apesar do preparo cuidadoso, o Mosto Sintético é basicamente uma solução com várias substâncias que devem ser preparadas na sequência e usando as práticas recomendadas”.

O produto foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de Produtos Agropecuários do DSER a partir de uma ideia surgida durante o doutorado do professor na University of Nottingham, onde Normando realizou pré-testes caracterizando mostos.

O mosto sintético pode ser aplicado a estudos e ao controle de processos de vários setores da indústrias de biotecnologia global incluindo alimentos, matérias-prima, bebidas, produtos químicos, farmacêuticos, enzimas industriais, agricultura e meio ambiente.

Em 2021, foi realizado o depósito do pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) por meio da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova). Em 2023, o INPI tornou público o pedido, consolidando a proteção da invenção.

Quem desejar mais informações sobre o invento pode entrar em contato com o pesquisador pelo e-mail normandofilho@cca.ufpb.br , ou com a Inova pelo e-mail inova@reitoria.ufpb.br.

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Texto: Elidiane Poquiviqui
Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação
Ascom/UFPB