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Brasil lidera ranking de países com maior potencial para descobertas de novas espécies

publicado: 23/03/2021 11h08, última modificação: 23/03/2021 11h44
Estudo de pesquisador da UFPB estima cerca de 20 mil espécies desconhecidas

Imagem: Divulgação

Um estudo coordenado por um professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mostra que o Brasil lidera a lista de países com maior potencial para descoberta de novas espécies de animais vertebrados terrestres. O resultado da pesquisa foi publicado nesta segunda-feira (22) no conceituado periódico Nature Ecology and Evolution, uma das principais publicações científicas do mundo. 

O artigo Shortfalls and opportunities in terrestrial vertebrate species discovery (Lacunas e oportunidades no descobrimento de espécies de vertebrados terrestres, em tradução livre), é de autoria do pesquisador Mário Moura, do Departamento de Ciências Biológicas da UFPB (campus Areia), em parceria com Walter Jetz, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. 

Dentre os quatro países do mundo que abrigam 25% da estimativa de novas espécies – os outros são Colômbia, Madagascar e Indonésia –, o Brasil concentraria cerca de 10% desses animais ainda não descritos pela ciência, um total que pode chegar a 20 mil espécies desconhecidas. 

Com toda essa biodiversidade que ainda não foi explorada no planeta, a pesquisa buscou mapear quem são essas espécies e onde elas estão. O mapa elaborado apresenta os 10 países com maior potencial de descoberta em diferentes regiões da Terra, para diferentes grupos animais.

As melhores oportunidades de descoberta seriam, principalmente, para répteis – com quase metade das oportunidades (49%) – e anfíbios (30%). Os outros 21% seriam para mamíferos e aves – (49%). Esses animais que carecem de descrição pela ciência habitariam especialmente as florestas tropicais e subtropicais (a exemplo da Amazônia e da Mata Atlântica), que abrigariam cerca de 60% de todas as futuras descobertas. 

O pesquisador da UFPB Mário Moura explica que essa descoberta oficial é essencial para impedir que as espécies não descritas sejam extintas e que o conhecimento sobre elas desapareça. “Sem a descrição formal, nós permanecemos ignorantes sobre os possíveis valores ecológicos, serviços ecossistêmicos, e/ou relevância econômica dessas espécies”, enfatizou.

Ainda segundo ele, as estimativas apontam que conhecemos menos de 20% das espécies de todos os seres vivos do planeta – das 10 milhões de espécies de todos os tipos de organismos, a ciência descreveu formalmente apenas 1,8 milhão delas. Por isso, a intenção, informou o professor Mário, é dar continuidade ao estudo nos anos seguintes, objetivando compilar dados também sobre animais marinhos e invertebrados.

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Reportagem: Milena Dantas
Edição: Aline Lins
Imagens: Divulgação