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Projeto da UFPB firma parceria com Centro de Zoonoses para prevenção de acidentes com escorpiões
O projeto de extensão “Escorpião Educa”, do Centro Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), firmou parceria com o Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses, órgão ligado à Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). A iniciativa tem como objetivo promover ações educativas acerca dos escorpiões, buscando prevenir acidentes com esses aracnídeos.
O projeto vai contemplar os bairros de Castelo Branco, Bancários, Jardim Oceania, Muçumagro e Mumbaba, em João Pessoa; além dos bairros do Centro, Marcos Moura, Várzea Nova e Tibiri Fábrica, no município de Santa Rita.
De acordo com o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (UFPB), Welton Dionisio da Silva, que é colaborador e idealizador do projeto, o Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses vai disponibilizar agentes de saúde e transporte nas visitações técnicas que serão realizadas nas residências de João Pessoa.
“Os agentes de saúde nos auxiliarão nas visitas. Com eles, os moradores serão mais receptivos a nos atenderem e responderem à entrevista”, explicou Welton Dionisio.
Os trabalhos devem começar no final de setembro, com data a ser definida. Em Santa Rita, o projeto ainda busca concretizar parceria com a prefeitura local.
A ação será composta por três etapas. Na primeira, haverá visitações em 200 residências de João Pessoa e Santa Rita. Os residentes serão entrevistados pelos extensionistas para que estes acessem o nível de conhecimento da população acerca do escorpionismo e para tirar as suas principais dúvidas.
Na segunda etapa, os entrevistados serão instruídos a seguirem o perfil do projeto (@escorpiaoeduca) para acompanhar as informações semanais a respeito desses aracnídeos, tais como prevenção de acidentes, recomendações em caso de picada e repasse de informações acerca da ecologia e comportamento desses animais.
Na terceira etapa, os mesmos residentes serão entrevistados novamente para avaliar como as ações educativas colaboraram para seu conhecimento.
Segundo Welton, a extensão “O Escorpião Educa” divulga informações sobre escorpionismo com respaldo científico por meio de um diálogo acessível para qualquer público. “Esse diálogo entre a universidade e o saber popular é muito importante diante de tantas informações falsas que circulam nas redes e que podem até agravar o quadro clínico em acidentes”, destacou.
Além disso, o projeto também ensina sobre diversos aspectos de vida desses animais. Isso ajuda a desmistificar a ideia de que esses aracnídeos são exclusivamente nocivos. Na natureza, escorpiões são predadores naturais de diversos animais e isso ajuda a manter o equilíbrio dos ecossistemas. “O problema está nas condições propícias para a sobrevivência desses animais em áreas urbanas, como acúmulo de lixo, entulhos e baratas”, afirmou Welton.
Devido a isso, em 2009, o Ministério da Saúde criou o Manual de Controle de Escorpiões que, além de políticas públicas de saneamento ambiental, aconselha “ações continuadas de educação ambiental e em saúde garantem a perenidade das mudanças geradas a partir das medidas de controle, de maneira que estas sejam incorporadas no dia a dia da população”.
A iniciativa é coordenada pelos professores do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB Alessandre Pereira e Marcio Bernardino. Participam da extensão, as alunas do curso de Ciências Biológicas Helena Gonçalves, Katarina Araujo e Natália Câmara. A identidade visual do perfil do projeto no Instagram é de autoria de Brena Figueiredo, egressa do curso de Direito da UFPB.