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UFPB adere oficialmente à campanha ElesPorElas da ONU

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) formalizou, nesta semana, sua adesão à campanha ElesPorElas (HeForShe), da Organização das Nações Unidas (ONU), que combate a violência contra a mulher. O compromisso foi firmado pela reitora Margareth Diniz e pela representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, em cerimônia ocorrida na tarde de 29 de novembro, no auditório Milton Paiva (no prédio da reitoria), campus I, em João Pessoa.
publicado: 31/01/2018 10h12, última modificação: 05/04/2019 16h26

O movimento ElesPorElas (HeForShe) foi criado em 2014 pela ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, e posiciona-se contra o problema global da violência de gênero, em um esforço para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingirem seu potencial. 

O evento teve início com a apresentação do grupo paraibano Fulô Mimosa, coordenado pela professora do Departamento de Música da UFPB Harue Tanaka e formado pelas musicistas Thay Fernan, Priscilla Fernades, Bella Raiane, Luíza Rosas, Naomi Barroso, Mari Cardoso e Naíma Vilôr. Sob a condução do Maestro Chiquito, as cantoras e instrumentistas executaram seleção de baiões, marchas e xote, entre eles, as canções “Asa Branca” (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), “Meu pitiguari” (de André e Mazinho) e “Bate Coração” (de Cecéu), popularizada na voz da cantora paraibana Elba Ramalho. 

A mesa da solenidade foi presidida pela reitora da UFPB Margareth Diniz e composta pela vice-reitora Bernardina Freire, a secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba Gilberta Santos Soares, a representante da ONU Mulheres Nadine Gasman, o fundador do Instituto Papai (PE) Benedito Medrado, a prefeita de Belém (PA) Renata Christinne Barbosa e o coordenador do evento Ricardo Moreira da Silva, professor do Departamento de Engenharia de Produção do Centro de Tecnologia (CT/UFPB). 

“A UFPB é a primeira universidade federal do Norte e do Nordeste do País a aderir à campanha. Desde que assumimos o compromisso, temos desenvolvido diversas ações que visam o combate à violência de gênero contra as mulheres”, disse a reitora. A UFPB participa do movimento desde agosto, tornando-se, na ocasião, uma das quatro universidades públicas brasileiras a integrar o ElesPorElas, com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade de Brasília (UnB). 

Em seguida, Benedito Medrado, que também coordena o Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), proferiu palestra denominada “Masculinidades, gênero e violência", destacando que a violência contra as mulheres não é somente um problema delas. “A igualdade de direitos é um compromisso de todos. As ações precisam ser de responsabilização e de mobilização", defendeu. "Os homens podem aprender a serem não violentos. Nada justifica a violência, muito menos o ciúme e o amor. O silêncio é cúmplice da violência, que, além de relacional, pode ser também simbólica e institucional”. 

A palestra de Nadine Gasman abordou as ações da ONU Mulheres no Brasil e no mundo e os desafios do combate a todas as formas de violência contra as mulheres. Nesse sentido, ela ressaltou os resultados de pesquisa realizada recentemente no Brasil, conduzida pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Institute for Advanced Study in Toulouse (IAST) e Instituto Maria da Penha, que foi financiada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres e recebeu apoio do Instituto Avon. 

Conforme o levantamento, João Pessoa é a segunda entre as capitais nordestinas em número de ocorrências de violência emocional contra mulheres ao longo da vida e a quinta em violência física. Outro dado alarmante é a transmissão, geração a geração, das práticas de violência doméstica contra moradoras das capitais dos estados do Nordeste. Quarenta por cento dessas mulheres que cresceram em um lar violento sofrem o mesmo tipo de violência na vida adulta, significando que há um padrão de reprodução do comportamento que tem se perpetuado. Entre essas mulheres, as chances de incidência desse tipo de agressão aumentam quanto menor for o seu grau de instrução.

 

Fonte: ACS | Pedro Paz