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UFPB é uma das vencedoras da 20ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, do CNPq

publicado: 06/07/2023 18h19, última modificação: 06/07/2023 18h19
Aluna e orientador do curso de Farmácia se destacaram na categoria Iniciação Tecnológica

Foto: Graziela Maria de Araújo

Um projeto de iniciação científica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi um dos nove premiados na 20ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É a primeira vez que a UFPB figura entre as instituições premiadas.

O professor Francisco Humberto Xavier Júnior do Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e a estudante Ana Flávia Chaves Uchôa da Graduação em Farmácia foram reconhecidos pela pesquisa “Carreadores Lipídicos Nanoestruturados funcionalizados a base de óleo de copaíba aplicados ao tratamento do câncer de mama”, na Categoria Iniciação Tecnológica, área de ciências da vida, do prêmio entregue pelo CNPq.

Com o trabalho, que ainda está em fase inicial, os pesquisadores usam nanotecnologia para o desenvolvimento de uma fórmula farmacêutica inovadora, usando um produto natural, que é o óleo de copaíba, para facilitar o acesso da substância às células tumorais do câncer de mama. A ideia do projeto é estudar toda a parte do desenvolvimento à produção de um medicamento novo que tenha a propriedade de combater o câncer.

Concedido de forma anual, o prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica é atribuído em quatro categorias: Iniciação Científica, Iniciação Tecnológica, Iniciação Científica Júnior e Mérito Institucional.

A premiação contempla estudantes de graduação bolsistas dos programas de Iniciação Científica e de Iniciação Tecnológica, além de estudantes regularmente matriculados no Ensino Médio, participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio (PIBIC-EM) do CNPq, uma novidade desta edição.

Para Francisco Xavier, que ingressou como docente na UFPB há poucos anos, é motivo de orgulho fazer parte da equipe que está inserindo a UFPB, o CCS, o DCF e o Laboratório de Biotecnologia Farmacêutica (BioTecFarm) em posição de destaque nesse ranking nacional de pesquisa, com um trabalho desenvolvido em solo paraibano, e por dois paraibanos.

“A gente está bem feliz com essa conquista, celebrando muito! Eu não esperava, por ser um primeiro trabalho de pesquisa que propus na UFPB, que foi desenvolvido durante a pandemia, em um grupo emergente porém muito engajado, que é o BioTecFarm. Ter esse desenvolvimento reconhecido é algo inimaginável, e um passo para avançar com outras ideias, outras parcerias e colaborações, e gerar de fato produtos para a sociedade”, disse o docente.

A estudante da UFPB contemplada com o prêmio apresentou relatórios finais considerados de qualidade e de relevância para o alcance dos objetivos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI). Foi então selecionada pela Pró-reitoria de Pesquisa (Propesq), por meio da Coordenação Geral dos Programas Acadêmicos de Iniciação Científica (CGPAIC), para ser uma das representantes da UFPB na premiação do CNPq, após apresentação do trabalho no Encontro de Iniciação Científica (ENIC) da UFPB.

O Pró-reitor de Pesquisa da UFPB, professor Valdir Braga, reconheceu o trabalho da equipe da CGPAIC na gestão da iniciação científica e seleção dos representantes da UFPB para a premiação, e parabenizou os pesquisadores pela vitória. “Foi com muita satisfação que recebemos a informação de que uma de nossas bolsistas recebeu esse prêmio na área de ciências da vida, uma mostra do comprometimento da UFPB com a iniciação científica, para que esses alunos que estão vindo desde a graduação em contato com a pesquisa tenham possibilidade de ingressar na pós-graduação e possam contribuir para enaltecer a pesquisa do nosso país”, disse o Pró-reitor.

Para Ana Flávia Chaves Uchôa a bolsa que usufruiu teve impacto positivo direto em sua vida acadêmica pois, além de permitir a prática de assuntos vistos em sala de aula, possibilitou o desenvolvimento de habilidades importantes, como de análise crítica e resolução de problemas, proporcionando o aprofundamento e maior interesse pela área de atuação escolhida.

“Eu desenvolvi toda a pesquisa no BioTecFarm, juntamente aos meus colegas de equipe. Foi uma experiência única, pois, no começo, como meu orientador era recém-contratado, não tínhamos ainda uma grande estrutura física de laboratório, nem muitos equipamentos, então tivemos que buscar várias formas de fazer pesquisa, adaptando metodologias e fechando parcerias. Tem sido uma experiência incrível, que me fez amadurecer demais como pessoa e como aluna”, disse a estudante.

Como prêmio, Ana Flávia Uchôa terá a participação na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ser realizada em julho deste ano, em Curitiba (PR), custeada pelo CNPq. Está prevista ainda, para a categoria Iniciação Tecnológica, uma premiação em dinheiro no valor de R$10 mil e bolsa de Mestrado ou de Doutorado no país.

A cerimônia de premiação acontecerá no dia 24 de julho, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), durante a Reunião Anual da SBPC.

Ana Flávia compartilha com os colegas de laboratório a comemoração pela vitória.“Estamos todos extremamente felizes e honrados com a premiação! Jamais pensei que estaria recebendo esse prêmio. É muito gratificante ter nosso trabalho reconhecido nacionalmente, principalmente levando em consideração que é a primeira vez que a UFPB ganha esse prêmio, depois de 20 edições, e que o nosso laboratório está apenas iniciando. É o maior incentivo que eu poderia ter para continuar”, concluiu a pesquisadora.

Continuidade da pesquisa

Por estar em fase inicial, os próximos passos dos pesquisadores é a realização de testes para comprovar se a formulação é efetiva. O objetivo é no futuro associar o fármaco em desenvolvimento com medicamentos já utilizados na terapia clássica de tratamento contra o câncer, de forma a reduzir os efeitos colaterais, e melhorar a atividade terapêutica.

No BioTecFarm os pesquisadores atuam para implementar aspectos de produtos inovadores na área de nanotecnologia para o tratamento de várias patologias ou para melhoria de sistemas de entrega de fármacos. O projeto premiado pelo CNPq foi o primeiro a ser desenvolvido pelo grupo na UFPB, e é apenas um dos estudos em desenvolvimento no laboratório com foco na terapia para câncer. O grupo também realiza pesquisas para vários outros tipos de terapia com outras moléculas.

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Texto: Elidiane Poquiviqui
Edição: Vinícius Vieira
Fotos: Graziela Maria de Araújo
Ascom/UFPB