Projeto de extensão Algas à vista é premiado no 10th REDEALGAS Workshop

Iniciativa realiza ações que aproximam crianças, jovens e adultos do universo marinho

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
atualizado em sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
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O projeto de extensão “Algas à Vista: Conhecer para preservar, através da divulgação científica na UFPB”, desenvolvido no Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE/CCEN), foi premiado no 10th REDEALGAS Workshop, realizado de 02 a 05 de dezembro Arraial do Cabo (RJ). O “Algas à Vista” se destacou como um dos seis vencedores na categoria Graduação, com o trabalho “Transformando as algas em protagonistas: ações de divulgação científica e educação oceânica com o Algas à Vista”.

Estiveram presentes na premiação a coordenadora Luanda Pereira Soares, docente do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), o bolsista Elias de Araújo Jerônimo e a voluntária Débora Suellen Gomes de Lucena, ambos alunos do curso de Ciências Biológicas da UFPB.

O evento, que ocorre a cada dois anos e é uma das principais referências brasileiras na área de Biologia Marinha e Algas, reuniu 151 trabalhos de diferentes instituições.

Projeto Premiado

Criada em 2024, a iniciativa integra divulgação científica, ensino de algas e educação ambiental, estando em seu segundo ano de vigência e vinculada a editais da Pró-reitoria de Extensão. O projeto conta com uma equipe formada por um bolsista e oito alunos voluntários dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental.

As ações do Algas à Vista são organizadas em três grandes frentes de trabalho: a divulgação científica na página do Instagram; o desenvolvimento de materiais didáticos para apoio ao ensino dentro e fora da universidade; e a realização de exposições fixas e itinerantes, como a mostra permanente instalada na Casa da Ciência (DSE/CCEN) e atividades promovidas em escolas e eventos na Paraíba.


“Essas ações tornam o conhecimento científico mais acessível e atrativo ao público interno e externo à UFPB, reafirmando o compromisso da universidade pública com a formação cidadã e ambiental”, afirma Luanda Pereira Soares, coordenadora da iniciativa.

O projeto objetiva trabalhar na promoção da cultura oceânica e no combate à chamada impercepção botânica e ficológica, que é a dificuldade comum da população em reconhecer as algas e compreender sua importância ecológica, econômica e cultural.

As atividades realizadas pela equipe são adaptadas aos públicos estratégicos (crianças ou adultos) e abordam biodiversidade de algas paraibanas (como rodolitos), aplicações econômicas (em alimentos, cosméticos e adubos), importância ecológica (produção de oxigênio e impactos como sargaço e bioluminescência) e problemas ambientais (poluição e mudanças climáticas).

A professora Luanda Soares explica que nas atividades desenvolvidas com crianças, adolescentes e adultos, os visitantes conhecem a diversidade de micro e macroalgas presentes no litoral paraibano e brasileiro, e têm a oportunidade de manusear rodolitos, algas vermelhas calcárias frequentemente confundidas com pedras devido ao seu formato rígido.

Também aprendem sobre a produção primária e a geração de oxigênio pelo fitoplâncton marinho, sobre o fenômeno da bioluminescência dos dinoflagelados e sobre os impactos ambientais associados ao despejo irregular de esgoto, que aumenta a concentração de nutrientes e pode gerar florações de microalgas tóxicas, afetando toda a cadeia alimentar e comprometendo atividades como a pesca e a balneabilidade das praias.

O projeto também trata da presença das algas no cotidiano de forma muitas vezes imperceptível. Muitos produtos industrializados, como adubos, cosméticos, laticínios, suplementos e até alimentos amplamente consumidos, utilizam compostos derivados de algas em sua composição. Para a coordenadora do projeto, esse tipo de informação ajuda o público a compreender a relevância econômica desses organismos e a reconhecer sua presença além do ambiente marinho.

No primeiro ano de atividades, o projeto consolidou uma forte atuação digital, com mais de cem publicações. Além disso, produziu materiais didáticos utilizados em ações realizadas em escolas e eventos em João Pessoa, Sapé, Itabaiana e outras cidades da Paraíba, em parceria com diferentes projetos de extensão da UFPB.


A exposição permanente na Casa da Ciência se tornou um espaço de aprendizagem acessível, onde o público encontra informações atualizadas sobre biodiversidade marinha, oceanografia, impactos ambientais e conservação. Os resultados também incluem a publicação de resumos em anais de congressos nacionais e o fortalecimento do envolvimento dos estudantes em atividades de extensão.


No segundo ano de vigência, o “Algas à Vista” planeja ampliar ainda mais seu alcance, com a criação do site oficial do projeto e o incremento das ações externas, especialmente nas praias de João Pessoa, aproximando o conteúdo científico do ambiente natural e fortalecendo o diálogo entre universidade e comunidade.

“Tendo em vista que João Pessoa é uma capital litorânea, com belezas naturais e uma rica biodiversidade marinha, é extremamente relevante promover a difusão de informações acerca das algas, ambiente marinho e sua relevância para a sociedade”, disse a coordenadora do projeto.

“O litoral da Paraíba abriga um rico e extenso banco de rodolitos, um grupo de algas vermelhas calcárias com grande importância ecológica e vulnerável aos impactos antrópicos e mudanças climáticas. O público acadêmico e não acadêmico tem a percepção prévia de que essas algas são pedras, devido a seu formato rígido e circular, desconhecendo que são seres vivos. As crianças que visitam nossa exposição têm acesso a um conteúdo que dificilmente é tratado nas suas escolas.”, complementou a docente.

Para mais informações sobre o projeto, o público pode entrar em contato pelo e-mail algasavista@gmail.com ou acompanhar as atividades pelo Instagram @algasavista_ufpb.

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Texto: Elidiane Poquiviqui
Foto: Acervo Pessoal de Luanda Pereira Soares