Campina Grande – PB, 1943
Raul Córdula Filho, nascido em Campina Grande, Paraíba, em 1943, é um renomado pintor, artista gráfico, cenógrafo, educador e crítico de arte. Iniciou sua carreira artística em 1958, sob a orientação de seu amigo Flávio Bezerra de Carvalho. Em 1959, começou a ilustrar poesias da Geração 59, um coletivo de poetas paraibanos que publicava o suplemento literário A União nas Letras e nas Artes. No início da década de 1960, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde cursou história da arte no Instituto de Belas Artes e aprimorou suas técnicas de pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), sendo aluno de Domenico Lazzarini (1920-1987). Entre 1963 e 1965, ocupou o cargo de supervisor do setor de artes plásticas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Entre 1965 e 1972, exerceu a função de cenógrafo em várias emissoras de televisão. Em 1967, assumiu a direção do Museu de Arte Assis Chateaubriand de Campina Grande (MAAC). Em 1977, idealizou o Núcleo de Arte Popular e Artesanato (NAP) na Casa de Cultura de Pernambuco, em Recife. Entre 1978 e 1985, foi coordenador do Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB e também ministrou aulas de história da arte e fundamentos da linguagem visual nos cursos de educação artística e arquitetura e urbanismo do Departamento de Artes da UFPB, de 1978 a 1988. Em 1994, foi convidado pelo Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA) para coordenar a criação do Salão MAM-Bahia de Artes Plásticas. Entre 1997 e 1998, assumiu a direção de desenvolvimento artístico e cultural da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc).
Nos primeiros períodos de sua carreira, Córdula produziu obras de caráter figurativo, mantendo uma relação com a arte pop e a nova figuração. Suas obras frequentemente se baseavam em desenhos infantis e símbolos urbanos, como os sinais de trânsito. O artista se destacou por uma abordagem concisa nas formas e nas cores, ao mesmo tempo em que incorporava signos e símbolos, aproximando-se cada vez mais do abstracionismo geométrico. A partir da década de 1980, passou a explorar as relações de tensão e distensão em superfícies compostas por planos triangulares, fase essa que foi caracterizada pela crítica como a “nova geometria”. Como destacou o crítico Paulo Sérgio Duarte, nas obras de Córdula é possível observar uma forte influência da paisagem nordestina, evidenciada pelo uso de uma paleta de cores vibrantes que se tornou uma marca registrada de sua produção artística.

Sem título, 1964. Técnica: Óleo sobre tela a cores. Dimensões: 88 x 109 cm. Número de registro: 002. Foto: Maycon Albuquerque. Origem: Galerias Extintas.
Última atualização: terça-feira, 11 de março de 2025